segunda-feira, 23 de junho de 2014

007. O REI LEÃO, de Roger Allers e Rob Minkoff

Um dos filmes mais tocantes e inspiradores da história do cinema. Verdadeiras lições de vida apresentadas pelo melhor da Sétima Arte de animação.
Nota: DEZ



Título Original: The Lion King
Direção: Roger Allers e Rob Minkoff
Elenco: Jonathan Taylor Thomas, Matthew Broderick, James Earl Jones, Jeremy Irons, Moira Kelly, Niketa Calame, Ernie Sabella, Nathan Lane, Robert Guillaume, Rowan Atkinson, Madge Sinclair, Whoopi Goldberg, Cheech Marins, Jim Cummins, Jason Weaver, Frank Welker, Cathy Cavadini, Judi M. Durand, Daamen J. Krall, Zoe Leader, Dvid McCharen, Mary Linda Phillips, Phil Proctor, David Randolph, Evan Saucedo e Brian Tochi
Produção: Alice Dewey, Don Hahn, Sarah McArthur, Thomas Shumacher
Roteiro: Irene Mecchi, Jonathan Roberts, Linda Woolverton, Branda Chapman, Burny Mattinson, Barny Johnson, Lorna Cook, Thom Enriquez, Andy Gaskill, Gary Trousdale, Jim Capobianco, Kevin Harkey, Jorgen Klubien, Chris Sanders, Tom Sito, Larry Lekerm Joe Ranft, Rick Maki, Ed Gombert, Francis Glebas, Mark Kausler, J. T. Allen, George Scribner, Miguel Tejda-Flores, Jenny Trip, Bob Tzudiker, Christopher Volger, Kirk Wise e Noni White
Ano: 1994
Duração: 89 min.
Gênero: Animação / Drama / Musical / Aventura

TRILLER DO FILME (EDIÇÃO DIAMANTE EM DVD):


O grande rei leão Mufasa e sua leoa, Sarabi, recebem a graça divina de ter um filho macho. Herdeiro de uma vasta região da savana africana, Simba cresce sabendo que seu destino é se tornar o próximo rei de centenas de animais que nele depositarão sua confiança e sua adoração, bem como já fazem com seu pai. De forma trágica, porém, Mufasa morre. Seu irmão, o leão Scar, verdadeiro culpado pela morte, convence Simba que a tragédia foi ocasionada pela imprudência do pequeno, assim, ele se exila. Scar, nesse contexto, convence a todos que Simba morreu e conquista seu sonho: assume o trono do irmão. Simba cresce longe da família e de todos os animais que o viram nascer, mas o pequeno filhote se tornará um grande leão, que sabe muito bem de suas obrigações.


No horizonte um sol alaranjado nasce e chama a atenção de centenas de animais na savana africana. Juntos, todos rumam para uma mesma direção enquanto ouvimos, ao fundo, Carmem Twillie entoar uma das canções mais incríveis da história do cinema: “The Circle of Life”. O destino desses animais é a grande pedra onde Mufasa, o rei leão, espera pelo babuíno Rafiki, que “abençoará” seu filho com Sarabi, o pequeno Simba. Sobre a pedra, Rafiki quebra uma fruta, espalha areia na cabeça do pequeno príncipe, retira o jovem do colo da mãe e, finalmente, apresenta o futuro rei a todos os animais, que comemoram o nascimento daquele bichinho que olha para baixo sem nada entender, fitando os animais que se “ajoelham” para ele. As nuvens lá no céu dão lugar a um fio de luz que ilumina a grande pedra e vemos tudo por um ângulo panorâmico inspirador. Eis a primeira e eterna cena de “O Rei Leão”.


Este filme, como a maioria dos longas da Disney, possui mais mensagens direcionadas a adultos a mensagem infantis. Mas grande parte das delas pode ser absorvida por todas as idades, cada uma a sua forma. Simba, por exemplo, admira o pai mais que qualquer outro animal e Mufasa, por sua vez, ensina o filho sobre seu futuro como rei e leão. Ensina, por exemplo, ao pequeno, a arte da caça, usando Zazu (uma pequena ave que acompanha Mufasa) como “presa” em uma cena cheia de canções, amenizando o ritual felino de caça e de ensino para conseguir comida. Além disso, Mufasa é um pai protetor e preocupado com o futuro do filho. Quando Simba o desobedece, Mufasa senta ao seu lado e conversa com o garoto, provando que conversar é sempre a melhor solução. Após a conversa, pai e filho fazem as pazes pulando um sobre o outro e jurando sua amizade eterna. Simba se mostra um jovem inocente (o que o aproxima das crianças), querendo ser amigo de Scar e confiando no tio que deseja vê-lo morto. O tio, como um bom vilão (da ficção e da vida real), provoca Simba a ir à zona proibida, o que serve como alerta para as crianças cuidarem em quem confiam, ainda mais por verem a forma inteligente como as sombras o acompanham, denotando sua maldade e sua fúria. Ainda no contexto das mensagens inteligente propostas pelo longa, temos um Simba louco para se tornar rei. Como qualquer criança e adolescente, deseja se tornar um adulto o mais rápido possível. O que Simba não sabe é que poder e liberdade conferidas pela maturidade veem acompanhados pelas responsabilidades que Zazu tenta mostrar, insistentemente, que foram conferidas a Mufasa há anos, quando ele se tornou o soberano dos animais. Dessa forma, Zazu é aquele espírito inteligente e sensato pousado sobre o ombro direito de Simba. Aos poucos os instintos de caça e cópula felinos surgem na cabeça de Simba e temos mais momentos compreensíveis para adultos: cenas que denotam certo desejo sexual entre ele e Nala (filha de outra leoa) são vistas, ele se mostra pronto para lutar contra hienas para proteger sua amiga.


Com o desenrolar da trama, chegamos a uma das cenas mais expressivas e inesquecíveis da década de 90. Em uma sequência cheia de suspense e até um pouco aterrorizante, Mufasa salva Simba de uma debandada provocada por Scar, quando Mufasa tenta se salvar, o próprio irmão o empurra para a morte. Simba vê o pai ser pisoteado pelos animais e tenta, inutilmente, acordar o pai. A trilha sonora de Hans Zimmer, a inocência de Simba, o fratricídio provocado por Scar e o pensamento sobre o futuro de Simba tornam a cena uma das mais tocantes do cinema. Na sequência, Scar convence Simba de que a morte do pai foi sua culpa e o jovem príncipe foge. Scar diz a todos que ambos morreram e assume o trono. Isolado de todos, Simba crescerá com a companhia de Timão e Pumba (os quais ele conhece assim que foge da culpa pela morte do pai), aprendendo a importância e o significado da amizade, do amor e de como a vida deve ser vivida intensamente. Enquanto isso, o péssimo “reinado” de Scar, deixa o reino cada vez mais destruído, sem comida ou água. Ao mesmo tempo em que Rafiki descobre que Simba esta vivo, o príncipe e Nala se reencontram de forma inusitada, mas é Rafiki, através da memória de Mufasa, quem o convence a voltar. A partir daí, começam as cenas em que Simba voltará ao seu lugar de origem, provando que não há lugar como nosso lar. Em um momento pra lá de poético, Simba volta ao reino de seu pai: o local, outrora verde e cheio de vida, está devastado e cheio de morte. Logo depois, Scar revela que foi ele quem matou seu pai. Em um final épico, Simba, finalmente, rugi de forma madura e é acompanhado pelas leoas ao seu redor. Em sequência, o reino volta a ser vivo e os animais se postam sobre a Pedra do Rei para reverenciar o filho de Simba e Nala. O filme termina como começou, provando que a vida nada mais é que um círculo alimentado pelo amor e esperança.


A produção de “O Rei Leão” foi uma das maiores de sua época. Em 1991, a Disney havia lançado “A Bela e a Fera”, filme que conquistou o mundo de forma arrebatadora, no ano seguinte, a produtora tentou lançar “Aladdin” como a grande versão masculina de seus clássicos filmes de princesas, afinal, era um dos primeiros que tinha o homem como título do longa (mais tarde, naquela mesma década, viriam Hércules e Tarzan, antes, a Disney já havia realizado essa tentativa com Peter Pan e Mogli). Quando “O Rei Leão” chegou, portanto, esperava-se muito desse novo príncipe. E a expectativa foi atendida, ou, na melhor nas hipóteses, excedida: Simba se tornou o maior príncipe criado pela produtora. “O Rei Leão” se tornou o filme da Disney para meninos. Com quase três dezenas de roteiristas, o filme teve apenas dois diretores, 25 dubladores, quatro produtores (incluindo os executivos) e dos compositores, em compensação, teve dezenas e mais dezenas de responsáveis pelos departamentos de som e animação. Rogers Allers e Rob Minkoff, que ainda não haviam realizado nenhum grande trabalho na direção de filmes, foram os líderes dessa produção. A edição foi assinada por Ivan Bilancio, a produção de design, pelo triplamente indicado ao Oscar, Chris Sanders e a arte de direção, por Andy Gaskill, que também assinou a direção de arte de “Hércules” (1997).


O longa é uma mistura de animação e musical e, para compor as canções, foram chamados Hans Zimmer (vencedor do Oscar por seu trabalho) e Elton John. Zimmer assinou as músicas instrumentais, enquanto a John, coube as canções eternas entoadas pelos personagens. A primeira cena do filme é acompanhada por “The Circle of Life” (indicada ao Oscar). Zazu tem sua vez quando canta sobre as notícias do reino enquanto Mufasa e Simba treinam a prática da caça. Simba expressa sua vontade de se tornar rei com a canção “I Just Can’t Wait to be King”, onde é acompanhado por dezenas de animais que agem como se fossem grandes coristas circenses. Scar expressa sua raiva e sede pelo poder em uma canção que ofende as hienas e esclarece que o que espera do futuro são as mortes de Mufasa e Simba, as quais já está tramando (na sequência, Scar envergonha o sobrinho e leva Mufasa para a morte). Após se isolar, Simba encontra Timão e Pumba e os amigos entoam uma das canções mais poderosas e queridas da década de 90, “Hakuna Matata” (indicada ao Oscar) é uma música simpática que lembra a importância do não preconceito e de como deve-se levar a vida ao estilo carpe dien. Ao pé da letra, hakuna matata significa ok, tudo bem. O reencontro de Simba e Nala após anos separados é embalado pela canção de Elton John, “Can You Feel the Love Tonight” (vencedora do Oscar).



Entre 1599 e 1601, últimos anos da Era Elizabetana na Inglaterra, o romancista William Shakespeare escreveu uma de suas obras primas. “Hamlet” contava a história de um jovem príncipe que recebe a visita do pai morto revelando que seu tio o assassinou para se casar com sua esposa e tomar seu trono. Depois da descoberta, Hamlet, o protagonista, começa a planejar a deposição do tio para que ele possa recuperar o que é seu por direito. Qualquer semelhança com “O Rei Leão” é mera coincidência? Não podemos dizer com certeza, mas o fato é que as histórias possuem muitos pontos em comum e outros completamente diferentes. O fato concreto é que “O Rei Leão” se eternizou durante sua história: foi quase um bilhão de dólares em bilheterias, recebeu uma versão em 3D em 2011, venceu 2 Oscars (vale lembrar que a categoria de melhor animação foi inserida apenas em 2002) e ainda foi vencedor em 25 categorias de prêmios como o Globo de Ouro, Prêmios Annie (Oscar da animação), Grammy e inúmeros prêmios de críticos, Timão e Pumba ficaram tão populares que ganharam uma série de televisão animada só deles, o filme, por fim, conquistou e conquista fãs de todas as idade e sexo a cada ano que se consolida como uma dos maiores e mais rentáveis filmes da Disney. Ademais, se “O Rei Leão” realmente foi baseado na obra shakespeariana, tanto as crianças (e por que não, jovens, adultos e idosos?) do todo mundo, quanto a Disney podem agradecer pela colaboração do escritor inglês para que a criação da melhor animação da história do cinema fosse tão bela e inspiradora.


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