sábado, 9 de novembro de 2013

056. SOB O DOMÍNIO DO MEDO, de Rod Lurie

É fraco em comparação a qualquer filme do gênero
Nota: 7,0


Título Original: Straw Dogs
Direção: Rod Lurie
Elenco: James Marsden, Kate Bosworth, Alexander Skarsgard, James Woods, Daminic Purcell, Rhys Coiro, Billy Lush, Laz Alonso, Willa Holland, Walton Goggins
Produção: Gilbert Dumontet, George Flynn, Marc Frydman e Beau Marks
Roteiro: Rod Lurie, David Goodman Zelag (roteiro 1971), Sam Peckinpah (roteiro 1971) e Gordon Williams (romance)
Ano: 2011
Duração: 110 min.
Gênero: Thriller / Drama

David Summer é um roteirista de cinema que se muda para a cidade natal de sua esposa, Amy, no interior do Mississipi. Ao chegarem lá, conferem o quanto a população se lembra de Amy e se orgulha da menina que foi para a cidade grande e se tornou uma grande e conhecida atriz de cinema. Entretanto, algumas coisas que deviam ficar no passado ainda incendeiam o local. Dentre elas, um antigo namorado de Amy, Charlie, agora um homem respeitado na cidade que faz David perder a credibilidade a cada instante. O pior é que Amy e David nunca imaginaram que seria tão difícil voltar para casa.


Em 1971, Sam Peckinpah realizou esse mesmo filme, com Dustin Hoffman no papel principal, Susan George como Amy e Del Henney como Charlie. O longa foi um sucesso e chegou a ser dito como o melhor filme da carreira de Peckinpah, que trouxe uma inovação para o cinema tornando as cenas de ação o mais realistas possível. Cenas sanguinárias realistas já não são mais uma novidade no cinema, o estrupo precisa ter muito apelo dramático e sexual para ser considerado algo diferente, incêndios catastróficos são algo obrigatório todos os anos em Hollywood e homens que deixam de ser imbecis e se tornam grandes heróis já se tornaram um clichê muito sem graça. Acredito que, principalmente por esse motivos, essa nova versão de “Sob o Domínio do Medo” tenha sido um fracasso tão grande. Apesar de gostar da história do longa e achar que ele é bem editado, todos sabem que refilmagens no cinema geralmente não dão certo, provando o quanto refilmar pode ser algo insensato e muito arriscado: “Psicose”, de Hithcock tinha apenas um motivo para ser bom, era inovador e misterioso, depois que todos souberam o final do longa, qualquer remake iria por água abaixo, e o foi o que aconteceu com o longa de 1998; “Adivinhe quem vem para Jnantar” era protagonizado por Katherine Hepburn e Sidney Poitier e fez sucesso por abordar o racismo de forma tão bela, já a refilmagem, “A Família da Noiva”, inverte papeis e tem um elenco medíocre; o longa “Fama”, um dos mais famosos dos anos 80, foi refilmado deixando de lado a música “Fame” e tentando adaptar tudo para a atualidade, deixando todo o fascínio do original de lado.


James Marsden ficou conhecido entre os jovens por sua interpretação mediana como Scott Summers, o Ciclope da série “X-Men”, fez mais algumas comédias simpáticas e trabalhou na televisão, mas nunca teve nenhum grande papel a sua disposição para mostrar se é ou não um bom ator. Eu acho que Marsden tem potencial a ser desenvolvido, e ele não é nada desenvolvido nesse filme. Como David Summer, o ator está bem, mas nada além disso. Seu maior trunfo era a passagem do nerd idiota para o homem agressivo e vingativo, disposto a lutar por sua esposa, como a parte agressiva ele está bem, mas como o homem nerd ele está um pouco fraco e não parece ter muito a mostrar, para um roteirista de Hollywood, que deve lidar com todas as loucuras das estrelas de cinema em um ramo onde todos tentam derrubar todos, Summer é pouco presente. Kate Boswarth já havia feito alguns trabalhos para o cinema, todos muito diferentes, mas nenhum onde se destacou muito. A bela dá vida a Amy, uma atriz de Hollywood que volta a sua cidade natal para viver tranquila na casa de campo que herdou de seu pai. Mesmo que Bosewarth seja bonita, ele não consegue ser sexy o suficiente para provocar os rapazes da cidade como deveria. A personagem não provoca seus antigos colegas por querer, apenas é um fato: quando uma mulher se sente desejada tudo muda a sua volta e ela se torna mais vulnerável que o normal, porém, a atriz é pouco sensual e tem pouca presença na trama. Alexander Skarsgard é o frio Charlie, o ator ficou conhecido por ser o filho mais velho do sueco Stellan Skarsgard e por encabeçar a série True Blood, apesar de gostar de Skarsgard como o frio vampiro Eric, acredito que ele poderia ser menos frio e ter mais expressões nesse filme, o que acaba não acontecendo. Mesmo assim, a cena em que violenta Emy é levada muito bem pelo ator, que se mostra um real dominador e deixa o espectador na expectativa se acorrera ou não o estupro. Destaco, também, as interpretações de James Woods e Dominic Purcell, respectivamente, o antigo treinador do time da cidade e o doente mental que é suspeito de assassinar a filha do treinador.



Apesar de, normalmente, refilmagens não serem um bom negócio para o cinema, filmes como “Os Infiltrados”, “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, “Scarface” e “Drácula de Bram Stocker” são refilmagens que contrariaram tudo o que disse a cima e deram super certo. Não que os longas originais desses filmes não fossem bons, eles eram, mas suas refilmagens foram ou tão boas quanto, ou melhores que os primeiros. A pergunta que fica é por que histórias tão boas como as de “Psicose”, “Adivinhe quem Vem para Jantar”, “Fame” e “Sob o Domínio do Medo” deram tão errado em suas refilmagens. A responta é simples: peca-se no elenco, ou na direção, ou na adaptação do roteiro, ou pior, a história é modificada da forma errada e põe tudo a perder. Acredito que “Sob o Domínio do Mal” tenha um elenco fraco, uma direção sem graça e um roteiro enrolado demais, que demora para trazer ação à trama. Dessa forma, o filme pode ser agradável para quem gosta do gênero thriller e procura por uma distração e não por um filme complexo e bem construído que não sairá de sua cabeça por dias, pois definitivamente, esse longa não se encaixa nesse segundo segmento.


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