sexta-feira, 15 de março de 2013

079. (ESPECIAL 0SCAR 2013) PROMETHEUS, de Ridley Scott


Visualmente é um belo filme, mas peca pela falta de originalidade.
Nota: 8,0


Título Original: Prometheus
Direção: Ridley Scott
Elenco: Noomi Rapace, Michael Fassbender, Logan Marshall-Green, Charlize Theron, Idris Elba, Guy Perce, Sean Harris, Rafe Spall, Emun Ellott, Benedict Wong, Kate Dickie, Branwell Donaghey, Vladimir Furdik, C. C. Amiff, Shane Steyn
Produção: David Giler, Ridley Scott, Walter Hill
Roteiro: Jon Spaihts, Damon Lindelof, Dan O’Bannon e Ronald Shusett
Ano: 2012
Duração: 124 min.
Gênero: Aventura / Ficção / Thriller

Elizabeth Shaw e Charlie Holloway são um feliz casal de arqueólogos que acaba de encontrar pistas de que vários povos antigos conheciam a origem do ser humano. Para completar essa felicidade, os dois são convidados por Meredith Vickers, a mando de Peter Weyland, para integrar um grupo que irá atrás dessas origens a bordo na nave espacial Prometheus. Entretanto, ao chegar no dito local, após dois anos, coisas estranhas começam a acontecer e Elizhabeth terá de tomar uma decisão: ou permanece atrás de seus estudos, ou salva sua vida e da tripulação, convencedo-os de ir embora daquele lugar.


Em 1979, Ridley Scott dirigiu Sigourney Weaver no grande filme “Alien, o Oitavo Passageiro”, a história girava em torno dos sete tripulantes de uma nave rebocadora e de um alienígena que invadia o veículo enquanto o grupo voltava para a terra após encontrar uma grande nave desativada em outro planeta. Weaver viveu Ellen Ripley, a única sobrevivente da nave, depois desse longa, a triz ainda protagonizou “Aliens” (1986), “Alien 3” (1992) e “Alien Resurrection” (1997), dirigidos, respectivamente, por James Cameron, David Fincher e Jean-Pierre Jeunet. Entre o primeiro filme de Scott e esse não há muitas diferenças: ao chegarem no estranho planeta, os tripulantes são acordados por David, um andróide criado Weyland – segundo o próprio criador: a coisa mais próxima de um filho que ele já teve -, logo depois a tripulação desce da nave e vai em busca de respostas para o que eles estão procurando, David encontra uma nave desativada, com apenas um corpo vivo dentro dela; os demais tripulantes encontram restos de um suposto Alien; o marido de Elizabeth acaba morrendo por motivos misteriosos e David descobre que ela está grávida de um monstrinho; Elizabeth consegue, da forma mais louca possível, tirar o “bebê”, ela o tranca em uma sala, e após a mais complicada cesariana da história, ela sai andando normalmente. Para não contar toda a história lhes dou apenas o desfecho que deveria ser épico: após ser engolido pelo monstrinho que Elizabeth pariu, aquele único Alien vivo que estava dentro da nave, renasce e vemos como os seres se reproduzem – colocando ovos em um hospedeiro. Surge, aí, o primeiro Alien. Para se ter uma idéia de como o longa é produzido de forma semelhante ao filme de 79, não há necessidade de eu esconder tudo o que ocorre na trama, até por que, ele é tão previsível que sabemos tudo o que acontecerá mesmo antes de chegar no metade do filme, mesmo para alguém que nunca assistiu ao “Alien”. Dessa forma, fica claro que “Prometheus” é mais ou menos um “Alien – A Origem”, entretanto, a única mudança, além do elenco, é a de que, no desfecho, temos a criatura nascendo. Apesar de tudo isso, é inegável, a produção tem uma qualidade de imagem e som encontrada em muitas produções, mas que ganha a superioridade pela direção de Scott, e isso se deve ao fato de sermos guiados por esse diretor competente que merece crédito por tentar voltar ao seu grande sucesso e trazer uma nova história.


Se toda a produção é uma imensa refilmagem de “Alien”, o que a salva de uma catástrofe total são duas atuações que merecem destaque: Michael Fassbender como Michael, e Charlize Theron como Meredith Vickers. Fassbender, que se tornou febre no mundo todo após “300” (2006) e “Bastardos Inglórios” (2009), já foi considerado, por muitos críticos, um dos atores mais promissores dos últimos anos, aqui ele vive um andróide, o que já não é algo fácil de ser feito, e é ele que dá a personagem um tom mais humano, mas sem deixar que o público esqueça da verdadeira forma de vida que David é, agindo como um robô em alguns momentos, e como um homem isolado que deseja ser igual a todos os outros. Theron dá um tom mais racional e menos científico no filme, apesar de ter menos destaque que Fassbender, ela é a mulher rica e poderosa que comanda a expedição, sendo assim, não se importa muito com a beleza de tudo o que eles podem descobrir, apenas está cumprindo com seu dever e realizando aquilo que Wayland queria realizar. Como a protagonista Elizabeth temos Noomi Rapace, mais conhecida pela trilogia “Millenium” (2009), apesar de ser uma boa atriz, a interpretação dela se torna fraca e cheia de absurdos por ser uma personagem com pouco a ser explorado, digo, ela já era sem graça antes de o marido morrer, e fica tudo ainda pior quando seu útero é arrancado, ela arrebenta parte dele com as mãos, faz uma máquina fechar o corte em sua barriga com coisas que parecem mais grampos, levanta da cama e sai correndo e fazendo milhares de coisas antes mesmo do efeito da anestesia passar; mesmo que o longa seja futurista, não há nada que possa explicar tal recuperação. Guy Pearce vive Peter Weyland, e, sabe-se Deus por que, resolveram que era mais digno escolher um bom ator, colocar-lhe a pior maquiagem do ano e deixar ele velho os poucos minutos em que aparece, apesar de interpretar bem, a todo momento o rosto do ator parece prestes derreter, o que deixa sua aparição no filme terrível.


Se esse filme fosse o primeiro longa de todos, com Weaver no papel principal e todo o resto do elenco e da história fossem os mesmos, provavelmente seria um dos filmes de ficção científica mais bem feitos e realizados da história do cinema – isso, é claro, se esquecessem da besteira de engravidar a protagonista, claramente apenas uma forma de enrolar o espectador e dar algum gás na história. Talvez, dessa forma, a monotonia seria quebrada e alguns absurdos relevados. Mesmo assim, não se pode julgar Ridley Scott por voltar a suas origens e querer lembrar ao povo que foi dele uma das mais revolucionárias idéias dos filmes do gênero, até por que, se o filme já decepciona sendo dirigido por um dos melhores diretores do cinema moderno, o que teria acontecido se qualquer outro realizador tentasse filmar essa produção?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poderá gostar também de: