segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

139. AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL, de Stephen Chbosky


O verdadeiro retrato do mundo jovem em um dos melhores filmes do ano!
Nota: 9,5


Título Original: The Perks of Being a Wallflower
Direção: Stephen Chbosky
Elenco: Logan Lerman, Emma Watson, Ezra Miller, Kate Walsh, Johnny Simmons, Nina Dobrev, Melanie Lynskey, Paul Rudd
Produção: Lianne Halfon, John Malkovich, Russel Smith
Roteiro: Stephen Chbosky(roteiro e romance)
Duração: 102 min.
Ano: 2012
Gênero: Drama / Comédia

Charlie é um jovem que acaba de entrar no ensino médio, o problema – além de ele ser um adolescente – é que o garoto nunca se encaixou em turma alguma desde o colégio, seu único amigo acaba de se matar e ele ainda sente que a morte de sua tia louca foi culpa dele. Eis que, como se o destino estivesse preparando aquilo para ele desde sempre, Charlie encontra Patrick, um homossexual que namora com o líder do time de futebol (obviamente inrrustido), e sua meia irmã Sam, uma garota que teve seu primeiro ano no colégio sendo conhecia como a perfeita vadia. Entretanto, os dois são muito mais do que parece, e é neles que Charlie encontra uma razão para sobreviver na escola.


É bem simples dizer que esse é o primeiro filme de Chbosky para esperar uma catástrofe, afinal, filmes para adolescentes, ou melhor, sobre adolescentes, não costumam ser realmente algo digno de ser visto em Hollywood. No entanto, o que temos aqui é algo genial. Talvez por eu ser um jovem de apenas 18 anos a história toda tenha me parecido mais fantástica ainda, mas é óbvio que a produção é destinada a pessoas de minha idade, logo, o que Chbosky pretendia, funcionou de forma inexplicável. Nesse contexto, é bom deixar claro que não é bem o que ele faz como diretor que funciona tão bem, e sim o que ele faz como roteirista (e autor do livro que deu origem ao filme). O que quero dizer, é que tudo aqui se sustenta em uma história que pode parecer um pouco exagerada, mas que é a mais pura realidade do que enfrentamos no ensino médio. Desde a vontade de nunca estar no primeiro dia de aula – todos sabemos a tortura que será permanecer tanto tempo nessa selva que é a escola -, até as tensões pela aprovação em uma boa universidade. Mesmo que o protagonista Charlie possua alguns distúrbios, eles não passam de reflexos de tudo o que aconteceu em sua vida, além disso, mesmo que todos não soframos por grandes problemas do passado, em um momento ou outro, Charlie fará com que lembremos de nós mesmos, seja por ser difícil sua aceitação pelos colegas, seja pelas primeiras vezes usando drogas, seja por seu sonho de se tornar um escritor.


Charlie é vivido por Logan Lerman, o jovem que interpretou Percy Jackson nas aventuras do semi-Deus, como disse, a personalidade de Charlie é exatamente aquilo que vemos em um jovem que acaba de ingressar no ensino médio, acrescente a isso (o que já é um grande problema), o garoto sofre de distúrbios que o tornam ainda mais estranho; Lerman nem parece ter saído de uma história tão infantil e sem nexo como a de Percy Jackson, por nos trazer uma performance tão simples e real, mas, ao mesmo tempo, tão madura e tocante. Emma Watson dispensa apresentações para os jovens, mas pra quem não a conhece, ela é a Hermione, a melhor amiga do bruxinho da série “Harry Potter”; aqui ela sai totalmente do que vemos na saga de Potter, e se torna uma jovem madura e com muitas histórias para contar, mesmo estando penas se formando do segundo grau, Watson se torna sexy, provocante, inteligente e, apesar de se sentir inferior a todos, uma verdadeira adolescente meio perdida entre tantas decisões e pressões. Ezra Miller, de “Precisamos Falar Sobre Kevin”, vive Patrick, outra personalidade forte na trama, um rapaz bem decidido que está disposto a tudo para ser feliz, começando por viver a vida loucamente, sem perder nada de vista. Por fim, uma atuação que merece destaque entre os já formados é a de Paul Rudd, acredito que ele seja um dos atores mais naturais que Hollywood possui hoje, como o professor Anderson ele nos mostra que está pronto para qualquer gênero.


Aqui somos apresentados, realmente, ao mundo dos adolescentes: vemos os populares da escola, os loucos do ensino médio, os nerds de plantão, ainda encaramos o uso de drogas e bebida alcoólica sem muito exagero (exagero suficiente, entretanto, para enlouquecer qualquer pai), as perguntas óbvias que todos fazemos a nós mesmos quando jovens começam a ser respondidas, o prazer sexual está a flor da pele e a vontade de deixar a escola nunca esteve tão presente. E isso nos é mostrado de forma natural e tão verdadeira que é impossível pessoas que estão na mesma faixa etária que a minha não absorverem nada de plausível durante a trama. Confesso: quase me deu vontade de retornar ao ensino médio e fazer quase tudo diferente, apenas para variar um pouco. Enfim, Charlie representa tudo o que a maior parte de nós já foi um dia, e quem quiser negar isso fique a vontade, mas saiba, se você não se sentiu em nenhum momento parecido com o protagonista, é por que pertence aquele grupo imbecil e fracassado dos eternos jogadores de futebol dos filmes adolescentes americanos e suas líderes de torcida. Todavia, apesar de o filme parecer apenas o relado da vida social de jovens ele vai bem além. A produção nos indaga, realmente, o quão fantástico pode ser se tornar invisível. O quão fantástico pode ser se tornar infinito. Ambas as perguntas possuem a mesma resposta: o quão fantástico somos quando somos nós mesmos, sem rodeios, mentiras, trapaças, invenções ou tentativas frustradas de felicidade por nos diminuirmos e aceitarmos apenas aquilo que parece justo para nós. E é aí que está a vantagem de ser invisível, podemos ser nós mesmos. Podemos ser infinitos.


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