sábado, 19 de janeiro de 2013

127. UM VISTO PARA O CÉU, de Albert Brooks


O medo da vida após a morte é tratado com naturalidade, fazendo da passagem algo maravilhoso.
Nota: 8,0


Título Original: Defending Your Life
Direção e Roteiro: Albert Brooks
Elenco: Albert Brooks, Meryl Streep, Michael Durrell, James Eckhouse, Gary Beach, Julie Cobb, peter Schuck, Time Winters, Rip Torn, Sharlie Stuart, Beth Black
Produção: Michael Grillo
Ano: 1991
Duração: 112 min.
Gênero: Comédia / Fantasia / Drama

Daniel Miller é um homem bem sucedido que, no dia de seu aniversário, compra um carro novo e acaba se acidentando e morrendo. Daniel, então, é levado para a Cidade do Julgamento, uma espécie de lugar para onde as pessoas vão para saberem se já estão aptos – dependendo de seus medos – a deixar suas almas permanecerem para sempre nessa “pós-vida’, ou se eles voltarão para a Terra para começar tudo de novo. Essa decisão é tomada por dois juízes em um julgamento fatal. Entretanto, Daniel conhece Julia, uma bela mulher por quem se apaixona.


Vida após a morte é um tema amplo que poucas pessoas gostam de falar, mas que a maioria tem curiosidade em desvendar. Dentre as mais diversas hipóteses, acredita-se no céu e no inferno, na volta das almas para o mundo, no julgamento de um ou mais Deuses baseado naquilo que a alma viveu e realizou em sua última passagem pela terra. Nesse filme, é sustentada a teoria de uma espécie de julgamento realizado por pessoas que usam seu cérebro muito mais que os reles mortais na terra – aqui, chega, no máximo, a 5%, na Cidade do Julgamento, alguns ultrapassam os 50% -, tal julgamento não é realizado baseado nas boas ou nas más atitudes dessas almas, e sim em como elas reagiram durante a vida acerca dos medos que todos temos durante nossa existência. É bem simples: se você foi um ser humano corajoso que enfrentou seus medos sem hesitar por conta deles, você embarca para a vida eterna, sem se preocupar com mais nada, se você teve medo e agiu como um covarde, você volta para a Terra como se nada tivesse acontecido. E é nessa incerteza de qual será o destino das personagens que o filme se centra, é como se Albert Brooks conseguisse reunir diversas teorias a respeito do que acontece com o ser humano após sua morte sem ofender nenhum pensamento.


Apesar de alguns nomes pouco conhecidos por todos no elenco, temos algumas estrelas bem populares. O próprio Albert Brooks dá vida ao protagonista, Daniel, um homem sozinho que teve muitos momentos na vida de fraqueza, medo e covardia, mas que, por dentro, é um homem cheio de foca e coragem; Brooks demonstra o exato medo que sentimos da incerteza de nosso futuro, é firme na personagem e o traz para nossa realidade quando o próprio Daniel tenta se defender, além disso, não há como não torcer para que ele e Julia fiquem juntos. Aliás, interpretando Julia, em um de seus papeis mais engraçados naturalmente, esta Meryl Streep; apesar de tal grau cômico – é sabido que a primeira ministra do cinema reina no gênero drama -, não há o que reclamar de sua Julia, Streep é engraçada, natural, divertida, espontânea e, nos poucos momentos dramáticos, deprimente. Rip Torn, indicado ao Oscar por sua atuação coadjuvante em “Retratos de Uma Realidade” (1983), é o divertido Bob Diamond, advogado de Daniel, um homem inteligente, que não se preocupa muito com nada em sua pós-vida, seu único desejo é ajudar seus “clientes   “ a conquistarem os juízes para permanecerem na “vida boa’ em que já estão.


Como disse, vida após morte é um assunto de difícil discussão, dessa forma, realizar um filme que alia isso ao encontro de sua alma gêmea e tornar tal produção uma comédia repleta de um bom senso de humor e alguma inocência é, praticamente, impossível. Entretanto, nas mãos de Albert Brooks, isso se torna um assunto normal, como outro qualquer, como se a vida após a morte fosse algo tão simples quanto a vida na terra, ou ainda, como se essa pós vida fosse muito mais simples, mais cheia de significados e sem tantas restrições, enfim, uma vida mais digna e divertida.


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