sexta-feira, 1 de junho de 2012

289. O VIOLINISTA QUE VEIO DO MAR, de Charles Dance


Um filme com Maggie Smith e Judi Dench tem a obrigação de ser no mínimo ótimo, esse não foge à regra.
Nota: 8,5


Título Original: Ladies in Lavander
Diração: Charles Dance
Elenco: Maggie Smith, Judi Dench, Daniel Brühl, Freddie Jones, Mirriam Morgolyes, David Warner, Richard Pears, Natascha McElhone, Ian Marshall, Toby Jones
Produção: Charles Dance, Nicolas Brown, Elizabeth Karlsen, Nik Powell
Roteiro: Charles Dance e William J. Locke
Ano: 2004
Duração: 103 min.
Gênero: Drama / Comédia

1930, Úrsula e Janet são duas velhas irmãs que moram no interior de um vilarejo litorâneo em Cornish, no Sudoeste da Inglaterra. Nos dias quentes de verão as irmãs passeiam pela praia, eis que em um belo dia de sol Úrsula avista algo na beira do mar, Janet e ela correm para ver o que é e descobrem um belo e jovem rapaz. O garoto é levado à casa delas, começa a aprender a falar inglês, e ambas nutrem certa afeição pelo moço, que mais tarde se revelará um exímio violinista, com potencial prestes a ser descoberto. No entanto, enquanto Janet se acostuma com a presença do rapaz e deseja que ele melhore, sem deixar de viver sua vida, Úrsula nutre uma espécie de amor por ele, não sabemos se é um amor materno ou não, o fato é que ela se tornará obsessiva (não a ponto de enlouquecer) e deixará toda sua vida de lado para cuidar do rapaz Andrea.


Charles Dance já trabalhou em mais de 100 projetos para cinema e televisão como ator, aqui é sua primeira e única vez tanto como diretor, roteirista quanto produtor. Atualmente ele dá vida ao ótimo Tywin Lannister na série “Game of Thrones” (que aliás está cada vez mais fantástica e a qual recomendo para qualquer um), mas também pode ser visto em “Anjos da Noite: O Despertar” (2012) e na segunda temporada de “Merlin” (2010), como Aredian. Em “O Violinista que Veio do Mar” seu trabalho não é grande coisa, ele tem uma leve e chata mania de fazer cenas em câmera lenta e dar aqueles closes e congelar a imagem que eu vejo como totalmente desnecessários. De resto, ele utiliza bem os espaços que tem, a beleza do local onde o filme foi gravado e, como sempre, parece que atrizes como as que ele possui e pessoas inteligentes como ele, temos a sensação de que Smith e Dench brincam em cada cena, dando o melhor de si, mas aparentando estar muito a vontade sendo guiadas por Dance, ou guiando Dance, que seja, o fato é os três funcionam juntos muito bem. O bom compositor da trilha sonora do filme é Nigel Hess, oriundo de várias séries para televisão, dentre elas “Vanity Fair” (1987).


Daniel Brühl é o tal violinista que veio do mar, pelo fato de assistir ao filme sabendo que ele é espanhol, mas foi criado falando alemão ou por qualquer outro motivo desconhecido, parece-me que Dance o escolheu entre alguns atores e o jogou no mar, daí ele foi resgatado e começou a fazer o filme, o que quero dizer é que ele é tão bom e simples em sua atuação que realmente parece que ele está nessa confusão de não saber se falar a língua do país em que está, além de convencer tocando violino. Maggie Smith é uma das melhores atrizes vivas, provavelmente a melhor inglesa viva, aqui ela é uma Janet tranqüila, viva, sem muita alegria, mas conformada com a vida que tem, e sem parecer se impressionar ou preocupar muito com a chegada do jovem Andrea. Um dos maiores trunfos desse filme é esse duelo entre duas inglesas maravilhosas, ambas nascidas em dezembro de 1934, Judi Dench fecha essa dupla fantástica com uma Úrsula alegre, ingênua, possessiva e que parece procurar em Andrea uma fuga para suas frustrações passadas e presentes.


Smith, Dench e Brühl são três intérpretes de destaque, a primeira atuou em mais de 70 títulos (incluindo várias séries e minisséries), a segunda está filmando seu centésimo trabalho, o último possuí mais de 50 trabalhos, ambas vencedoras do Oscar, era de se esperar que esse filme fosse conduzido de forma tão bela e bem interpretada. Apesar de uma direção inferior às grandes atuações aqui presentes, o filme é algo motivador, simples e muito bonito, ver como as duas velhas estão dispostas a cuidar do rapaz que veio trazido pelo mar é algo muito tocante, mais emocionante ainda é ver o garoto se recuperando e voltando a tocar seu amado violino. “O Violinista do Mar”, não é nenhuma obra da sétima arte, mas é aquele tipo de diversão que diverte e traz qualidade ao mesmo tempo.

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