sábado, 9 de junho de 2012

286. A TROCA, de Clint Eastwood

Uma história tocante sobre o desespero e a força que apenas uma mãe pode nutrir por seus filhos.
Nota: 8,4


Título Original: Changeling
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Angelina Jolie, Gattlin Griffith, Michelle Gunn, Michael Kelly, Jen Devereaux, Erica Grant, Antonia Bennett, Kerri Randles, Frank Wood, Morgan Eastwood
Produção: Clint Eastwood, Brian Grzer, Ron Howard, Robert Lorenz, Michael Kelly
Roteiro: J. Michael Stracynski
Ano: 2008
Duração: 141 min.
Gênero: Drama

No final da década de 1920 Christine e Walter Collins vivem felizes, ela uma mãe solteira, ele seu filho de nove anos. Em um dia normal do cotidiano deles, Christine se despede de Walter e vai trabalhar, no entanto ao retornar, ela não encontra seu filho. Um tempo depois ela vai à estação de trem dar as boas vindas ao seu filho encontrado pela polícia, apesar de saber que o menino trazido não é Walter, Christiane se sente pressionada pela imprensa e pelos policias e acaba aceitando o menino como seu filho. Por que querem que Christiane fique com o menino e finja que ele é Walter? Quem está envolvido nessa história? O que a polícia de Los Angeles está fazendo? O que fizeram com Walter? Onde está o verdadeiro filho de Christiane? Como qualquer mãe, ela tentará desvendar tudo isso para trazer seu filho de volta.


Clint Eastwood é um nome que fala perfeitamente por si só. Diretor, produtor, ator, compositor e editor é uma das personalidades mais versáteis de seu tempo. Aqui ele é o diretor, o produtor e compositor. Seu trabalho na direção é fantástico, é inacreditável como ele consegue extrair o melhor de Jolie e de todo o elenco do filme, ainda nos proporciona edição e fotografia lindas que deixam o filme mais emocionante ainda. Eastwood começou a dirigir em 1971 com o curta documentário “The Biguiled: The Storyteller”, em 1992 atingiu seu auge com “Os Imperdoáveis”, com o qual venceu os Oscar de direção e filme, em 1994 trabalhou com Meryl Streep no romance épico “As Pontes de Madison”, em 2004 veio “Sobre Meninos e Lobos”, um ano depois “Menina de Ouro, recentemente dirigiu a cinebiografia “J. Edgar” (2011). Como compositor seu trabalho é igualmente forte e penetrante, as cenas em que Christiane procura pelo filho, ou as descobertas de como o menino sumiu e as cenas no hospício ganham qualidade inigualável. Nessa área Eastwood começo mais tarde, somente em 2003, depois em 2004, em 2006 com “A Conquista da Honra” e um ano depois com “Grace Is Gone”, também é o compositor de “J. Edgar”.


Dentre todo o elenco, por incrível que pareça, apenas Angelina Jolie se sobressai; atriz desde 1982 tem uma carreira bem resumida: somente em 1999 que fez seus primeiros trabalhos “decentes”, em “O Colecionador de Ossos” atuou ao lado de Denzel Washington e com “Garota Interrompida” ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante; em 2001 deu vida à lendária Lara Croft, em 2002 foi a vez do simpático “Uma Vida em Sete Dias”; em 2004 atuou de forma extremamente desagradável como a mãe de Alexandre o Grande em “Alexandre”; “Sr. E Sra. Smith”, o sucesso que lhe trouxe um marido e outras centenas de admiradores, veio em 2005; um ano depois o excelente “O Bom Pastor”; no mesmo ano de “A Troca” a adaptação mediana “O Procurado”, dois anos depois o chatíssimo “Salt” e em 2010 “O Turista”, o filme com Johnny Depp que era para ter sido a melhor comédia do ano, mas não passa de uma comédia clichê muito bem feita. Como Christiane ela consegue o inimaginável, atua de forma convincente e, apesar de exagerada em alguns momentos, nos revela uma das atuações mais comoventes do ano, Jolie foi merecidamente indicada ao Oscar por nos trazer uma boa adaptação de uma mulher que vivenciou tudo isso na vida real, e é impossível dizer que Jolie poderia imaginar o sofrimento da verdadeira Christiane Collins, mas podemos dizer que ela parece ter estudado o que pode se passar pela cabeça de uma mãe que tem seu filho levado sabe-se por quem e nem mesmo a polícia quer ajudá-la, pior ainda, a polícia a engana e tenta persuadi-la mais que qualquer outro.


“A Troca” nos traz uma triste história verdadeira de um acontecimento desumano. Desumano porque foi a própria polícia de Los Angeles, tentando melhorar sua péssima imagem perante a sociedade, resolveu que era a chance perfeita encontrar Walter Collins, como todas as investigações não levaram a absolutamente nada, eles resolveram trocar o menino e dar à Christiane um outro garoto. Logo, o filme tem o poder de nos deixar atônitos pelo fato de que o somos condicionados a acreditar que sempre temos a polícia para nos amparar quando sofremos algum problema como o de Collins, já no filme é justo essa instituição, designada a nos proteger, que menos auxilia as vítimas, no fundo sabemos que ninguém é confiável, mas o choque das revelações que Eastwood nos faz é bem superior às nossas certezas. A reflexão sobre a vida é algo difícil de ser feito sem algum auxílio, o cinema, a literatura, o teatro e a televisão acabam sendo os melhores meios para isso, esse filme nos faz pensar sobre vários aspectos de nossa existência, sobre confiança, amor e a própria vida, Mas devo advertir, demorará um tempo, caso seja uma pessoa com algum sentimento, para esquecer o impacto da última cena do filme.

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