sexta-feira, 15 de junho de 2012

279. SCHWARZFAHRER, de Peter Danquart

Um filme realista sobre preconceito e sobre como a vida pode ser justa às vezes.
Nota: 8,5


Título Original: Schwarzfahrer (quer dizer algo como “O Passageiro Negro”)
Direção e Roteiro: Peter Danquart
Elenco: Senta Moira, Paul Outlaw, Stefan Merki, Klaus Tilsner, Andrea Karzenberger, Mark Tiedemnn, Andreas Schmidt, Mike Taynor, Gottfried Mischke, Ursula Schlecht, Ali Atmaca, Zozan Armaca, Erjin Sari e Ursula Trauvetter
Produção: Alberto Kitzler
Ano: 1993
Duração: 12 min.
Gênero: Curta-metragem / Comédia

Em um bonde, uma senhora e dezenas de passageiros estão acomodados em seus acentos, então entra um negro e se senta ao lado da velha. O problema está que ali é a Alemanha, e a mulher desanda a falar mal de negros e turcos, que também estão presentes. Durante três ou quatro minutos, ela simplesmente acaba com os descendentes africanos. No entanto o rapaz fará algo totalmente inusitado que deixará a velha sem resposta alguma.


Peper Danquart não fez muitos trabalhos de destaque em sua carreira, foi premiado na Europa, sobretudo na Alemanha, em festivais como o Internacional de Berlin e de Praga por “Nach Saison” (1997), pelo mesmo filme foi premiado em San Francisco, nos Estados Unidos, um dos maiores festivais do mundo. Aqui ele extrai o melhor possível de cada intérprete e consegue utilizar muito bem o espaço que se resume basicamente ao bonde em que tudo acontece, não é enrolado demais nem rápido de menos. Mas o destaque mesmo fica por conta de Senta Moira, que interpreta a velha abusada e preconceituosa, ela parece ter um real problema com os negros de tão verdadeira e realista que é em cada momento do filme. Sua personagem fala como se realmente negros fossem animais inferiores a baratas e demonstra total desprezo por eles, a cena em que o negro a surpreende nos faz rir ainda mais por sua feição incrédula.


O mais interessante do filme não se centra na história em si, mas sim na forma como nenhum passageiro abre a boca enquanto a velha está falando, e todos escutam muito bem cada palavra preconceituosa que sai da boca dela. Além disso, ninguém se incomoda com a atitude do rapaz negro, o que significa que todos acabam concordando em algum aspecto para com ela, mas também gostam do que ele faz para dar um fim às besteiras que a mulher está falando. É como se mesmo possuindo opinião (o que é evidenciado pelas expressões) ninguém tivesse ânimo para fazer algo. Os passageiros são o retrato de uma sociedade que prefere ficar calada, indiferente aos preconceitos para não se incomodar com nada. Enfim, esse filme nos faz rir, refletir sobre diferenças e sobre a aceitação de todo ser humano em nossa sociedade livre e que deveria ser sem preconceitos.
Assista o vídeo na íntegra

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