terça-feira, 19 de junho de 2012

270. DIREITO DE AMAR, de Tom Ford

A reafirmação de que os homossexuais devem ser tratados como seres humanos, mas sem defender seus direitos, apenas mostrando o quão normais eles são.
Nota: 8,0


Título Original: A Single Man
Direção: Tom Ford
Elenco: Colin Firth, Julianne Moore, Nicholas Hoult, Matthew Good, Ginnifer Goodwin, Teddy Sears, Jon Kortajarena, Paulette Lamori
Produção:
Roteiro: Tom Ford, David Scearce e Christopher Isherwood (romance)
Ano: 2009
Duração: 99 min.
Gênero: Drama

George e Jim viveram juntos durante mais de dez anos, quando Jim sofre um acidente de carro e morre, tudo na vida de George perde o sentido e, constantemente, ele pensa em se matar. Após oito meses da tragédia, um aluno de George, Kenny, começa a ter comportamentos diferenciado em relação ao seu professor, George ainda precisa conviver com o fato de que um antigo relacionamento amoroso que ele considera sua melhor e única amiga, Charley, ainda o ama desesperadamente.


Tom Ford é um diretor um tanto quanto excêntrico, ele é bem conhecido no mundo todo por ser um renomado estilista gay que já teve diversos aspectos de sua vida privada revelados. Em sociedade com o empresário Domenico De Sole, Ford comanda as marcas Gucci, a qual revitalizou há quase duas décadas, a Yves Saint Laurent, comprada após a morte de seu criador, a Balenciga e a Alexander McQueen, que também lhe foi entregue após a morte do estilista. Ford namora com o jornalista Richard Buckely, ex editor da Vogue, Ford também é conhecido por seu temperamento, por sua naturalidade e pela excentricidade em mostrar modelos completamente ou quase completamente nus em suas coleções. É claro que o esperado de “Direito de Amar” com Tom Ford na direção era um filme quase pornô que revelasse as intimidades mais escrotas dos homossexuais, intimidades essas que os heterossexuais também possuem, mas que não existe a menor necessidade de serem representadas em um filme. O fato é que Ford surpreende com um filme cheio de detalhes e bom gosto, apesar de alguns momentos ridículos e desnecessários, a maior parte do filme é super-bem-vinda e bem feita. Apesar de não gostar muito daquele efeito em câmera lenta – o chamado slow motion – utilizado precariamente em uma cena, essa acaba passando despercebido em meio ao restante do filme, que nos releva ser qualitativo.


Colin Firth iniciou sua carreira na década de 1980 com filmes e seriados para televisão, no cinema é um ator extremamente versátil e talentoso, atuando em diversos gêneros de filmes, como: em 1996 que teve seu primeiro papel de destaque em “O Paciente Inglês”, drama com Ralph Fiennes e Juliette Binoche e vencedor do Oscar de melhor filme; no ano seguinte viveu Lorde Wessex no também vencedor do Oscar de melhor filme, “Shakespeare Apaixonado”; “O Diário de Bridget Jones” (2001), comédia onde ele vive uma espécie de Mr. Darcy do romance de Jane Auten, “Orgulho e Preconceito”, mas mais moderno; a adaptação do romance de Tracy Chevalier “Moça com Brinco de Pérola” (2003); no mesmo ano veio a simpática comédia romântica “Simplesmente Amor”; o drama com Jim Broadbent “Quando Você viu Seu Pai pela Úmtima Vez” (2007); o musical “Mamma Mia! – O Filme” (2008) com Meryl Streep e músicas do ABBA; o filme sobre sociedade inglesa “Bons costumes” (2008); a fracassada adaptação do romance de Oscar Wilde, “O Retrato de Dorian Gray” (2009); e mais recentemente o filme que lhe rendeu o Oscar de melhor ator, “O Discurso do Rei” (2010), onde interpreta o monarca britânico George VI e o thriller “O Espião que Sabia Demais” (2011). Como George em “Direito de Amar” ele nos presenteia com um homem que já não sabe mais o que fazer da vida, que se sente sozinho quase que o tempo todo e que enfrenta seu próprio eu em uma batalha aparentemente interminável. Julianne Moore é o tempero final para a excelência nas atuações desse filme, apesar de aparecer significativamente apenas em uma cena, ela demonstra uma mulher orgulhosa que não aceita derrotas, mas que enfrenta um problema grave na vida: a solidão advinda da falta dos filhos e um de amor verdadeiro.


Abordando um assunto que todos nós algum dia sentiremos, a solidão, “Direito de Amar” não é o que o título sugere, não é uma reflexão sobre que todos possuímos direitos iguais independentemente de nossa sexualidade. Esse filme vai além disso, vai o mais profundo possível na alma humana para dizer que qualquer ser humano está propenso a sofrer com a perda de quem se ama, que qualquer um de nós encarará problemas na vida e que devemos fazê-lo da forma mais digna possível. Uma leva de filmes que está chegando lentamente na indústria cinematográfica apresenta os homossexuais como seres humanos normais, que amam, desejam, brigam, sentem falta, querem ter uma família, enfim, que são como todos os outros, o que esse filme faz é reafirmar esse gênero que não defende as opções sexuais, e sim as respeita.


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