Refletindo sobre a situação populacional
do país e sobre o modo de ver a vida, é um filme essencial para se estudar
sociologia.
Nota: 9,0
Título Original: Ilha das Flores
Direção e Roteiro: Jorge Furtado
Elenco: Paulo José, Ciça Reckziegel,
Douglas Traini, Júlia Barth, Irene Schmidt, Gosei Kitajima, Takehiro Suzuki e
Luciane Azevedo
Produção: Giba Assis Brasil, Nina
Machado e Monica Schiedt
Ano: 1990
Duração: 13 min.
Gênero: Documentário
Nós, seres humanos, nos diferenciamos
dos demais seres vivos por possuirmos telencéfalo altamente desenvolvido e
polegar opositor, essa é primeira idéia que o filme nos passa, a primeira de
dezenas delas. Fazendo o trajeto de um tomate desde sua produção até o um dos últimos
ser vivo na terra que pode consumi-lo, são feitas dezenas de interessantes
observações de nosso desenvolvimento social, como a criação do dinheiro e o
fato de Jesus Cristo ter sido um judeu. Mas o que realmente interessa aqui é a
forma repugnante com a qual moradores, seres humanos com telencéfalo altamente desenvolvido
e polegar opositor, são tratados no lixão da cidade de Porto Alegre denominado
“A Ilha das Flores”.
Uma crítica ferrenha ao capitalismo e
suas conseqüências eu o teria visto mais como um apoio ao socialismo que uma
denúncia do estado terrível dos moradores do local, afinal o mundo atravessava
a Guerra Fria, o Muro de Berlim fora derrubado e no mundo todo pessoas
aclamavam ora pelo capitalismo ora pelo socialismo. O fato é que o filme foi muito
bem falado, afinal seja por criticar a situação dos moradores da Ilha das Flores,
ou para criticar o sistema capitalista, é um filme muito bem conduzido pelo
ótimo Jorge Furtado. É bom fazer a ressalva de que o filme venceu vários
prêmios mundo a fora e está na lista do livro estadunidense “1001 Filmes que
Merecem ser Vistos Antes de Morrer”, observe que o livro foi nos Estado Unidos
da América, logo, para “Ilha das Flores” merecer algum destaque significa que
ele não pode ser algo ruim, e não é.
Já disse Cecília Meireles em “Romanceiro
da Inconfidência”: “Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que
não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda.” É bem isso o que “A
Ilha das Flores” nos mostra: que não sabemos o que é liberdade, afinal ninguém
está livre do mal fadado destino de ser comandado pelo rude sistema
capitalista, mas todos sonham, mesmo que lá no fundo de seu subconsciente, em
um dia poder, realmente, tomar suas próprias decisões e poder mandar em si
mesmo, afinal, somos, ao menos teoricamente, livres.
Já que é um curta
metragem, o link para assisti-lo está logo abaixo, e eu recomendo, afinal, são
apenas 13 minutos que serão muito bem gastos.
http://www.youtube.com/watch?v=Hh6ra-18mY8
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http://www.youtube.com/user/projeto399filmes
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