domingo, 27 de maio de 2012

296. DEPOIS DE HORAS, de Martin Scorsese

Sim, isso é uma comédia, mas estamos falando de Martin Scorsese, em uma fase pra lá de animada, portanto o que prevalece é a completa comédia negra. Deliciosamente macabro!
Nota: 8,3 


Título Original: After Hours
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Griffin Dunne, Rosanna Arquette, Verna Bloom, Tommy Chong, Linda Fiorentino, Teri Garr, John Heatd
Produção: Robert F. Colesberry, Griffin Dunne, Amy Robinson e Deborah Schindler
Roteiro: Joseph Minion
Ano: 1985
Duração: 97 min.
Gênero: Comédia

Paul está satisfeito com sua simples vida, em uma bela noite ele conhece Marcy em um bar qualquer. A garota loira e simpática, o convida, então para conhecer uma amiga que faz esculturas para servirem de peso para papel. Paul pega o número de Marcy e quando chega em casa liga para ela, a jovem o chama para ir até seu apartamento, o problema é que Paul aceita e vai. Só para começar, o rapaz tem apenas vinte dólares, os quais voam pela janela do taxi. Bom, daqui para frente a noite de Paul será imprevisível, detestável, perigosa e inesquecível.


Scorsese, volto a dizer pela quarta ou quinta vez, é um dos melhores diretores de sua época. Confesso que quando meu pai disse que passaria um filme dele na televisão logo me animei para uma daquelas bombásticas histórias repletas de assassinos, violência e sacanagem. Bom, não que nesse filme não exista tudo isso, existe, mas Martin trata tudo com muita ironia e sempre de forma escrachante e engraçada. Como dizia, eis que sento no sofá e vejo que o filme mais parece uma comédia de sessão da tarde que qualquer outra coisa, “mas muito bem, é um Scorsese”, eu disse a mim mesmo, “vamos em frente”. E não é que realmente o cara faz todo jus à sua fama? Nesse filme vemos claramente seu estilo sarcástico e negro de ser, como o filme todo se passa durante uma noite, tudo parece escuro, principalmente o futuro do protagonista. A idéia de fazer a história em Nova York, onde acontece a maior parte dos filmes do mestre, é fantástica, já que a capital do mundo é conhecida como a cidade que nunca dorme. Durante todo o filme pensei, “que trilha sonora fantástica, parece Howard Shore, mas acho que 1985 é cedo para ele estar em um filme de Martin Scorsese”, pois não é que a divertidíssima trilha sonora é do próprio Shore? Sempre excelente e com a química inigualável com Martin, ele faz seu trabalho com muita competência, como de costume.


Griffin Dunne, que havia atuado até então em filmes como “Uma Janela Para o Céu” (1975), “O Fã - Obsessão Cega” (1981) e “Um Lobisomem Americano em Londres” (1981), vive o coitado Paul, um jovem rapaz que deseja apenas se divertir, mas vê a ruína de sua vida em uma noite que deveria ser pra lá de agradável. Dunne é um ótimo comediante, e consegue nos transmitir os anseios e desejos de sua personagem como poucos comediantes fazem. Com uma vasta carreira em filmes e séries para televisão, Rosanna Arquette é a confusa Marcy, uma bela mulher que enfrenta dezenas de problemas ao mesmo tempo e não consegue decidir que vida deseja realmente levar. A bela Linda Fiorentino é a escultora Kiki Bridges, mais uma personagem repleta de obscuridade e uma vida regada a coisas estranhas.


Comédias geralmente não me atraem, entretanto o que se faz nesse filme é semelhante com o que foi feito em 1992 com o ótimo “A Morte Lhe Cai Bem”. Em ambos os filmes a comédia se torna algo muito mais saboroso e palpável por ser algo bem mais real, ou seja, trata-se de problemas da vida com mais naturalidade e nos faz rir de situações totalmente desagradáveis ou loucas, simplesmente por tratar tudo da forma mais irônica possível. Mais um grande filme de Martin Scorsese, que respeita seu estilo obscuro, sarcástico e, claro, muito bem feito.

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