quinta-feira, 31 de maio de 2012

291. SHREK, de Andrew Adamson e Vicky Janson

Uma animação feita para adultos que não terá problemas com público infantil. Poderia ser melhor?
Nota: 9,0


Título Original: Shrek
Direção: Andrew Adamson e Vicky Janson
Elenco (dublagem): Mike Myers, Eddie Murphy, Cameron Diaz, John Ligthgow, Vincent Cassel, Peter Dennis, Clive Pearse, Jim Cummings
Produção: Jeffrey Katzenberg, Aron Warner, John H. Williams
Roteiro: Ted Elliott, Terry Rossio, Joe Stillman, Roger S. H. Schulman, Cody Cameron, Chris Miller, Conrad Vernon e William Steig (livro)
Ano: 2001
Duração: 90 min.
Gênero: Animação / Comédia

Shrek vive feliz da vida em seu horroroso pântano, em uma espécie de toca feita em meio a raízes de uma grande árvore, banhando-se na lama e comendo ratos e outros animais nojentos. Eis que, em uma bela noite, seu querido e tão amado lar é invadido inexplicavelmente por seres de contos de fadas: o lobo mal, os porquinhos, fadas, bruxas, a Sininho, dentre vários outros seres estranhos. Quando Shrek vai até a cidade de Duloc para tirar satisfações com o Lord Farquaat, eles concordam em Shrek ter seu lar novamente contanto que traga a jovem que Farquaat deseja despojar, obviamente ela está em um castelo guardado por um dragão, no quarto da torre mais alta esperando o beijo de seu príncipe encantado que a levará para casa. O problema é que Shrek não é nada principesco, ele é um ogro.


Tanto para Adamson quanto para Janson, “Shrek” é o primeiro filme em suas carreiras, e pode-se dizer que não é uma forma ruim de começar no cinema: Oscar de melhor animação e indicação para o roteiro; oito Annie’s (o Oscar da animação); melhor roteiro adaptado e mais quatro indicações no BAFTA (o Oscar inglês); indicado no Globo de Ouro por melhor filme comédia ou musical, na época não existia a categoria de melhor filme animação; e uma indicação no Sindicato dos Produtores de Hollywood, além de uma indicação de melhor filme no AFI (Instituto de Filmes Americanos, que concede prêmios todos os anos aos melhores filmes do ano, bem como homenageia alguém que esteja relacionado com a área do cinema). O que os diretores fazem aqui não chega a ser algo inimaginável ou surpreendente, pelo contrário, é simples e previsível, e bem por isso é tão agradável. Obviamente, quanto aos roteiristas o filme também não vai nada mal: Ted Elliot e Terry Rossio viriam a assumir a franquia “Piratas do Caribe”, Joe Stillman já havia feito várias séries televisivas, o mesmo já havia acontecido com Roger S. H. Schulman que chegou a escrever para o divertido “Alf, o Eteimoso” em 1989 e Adamson viria a dirigir “Shrek Terceiro” (2007) e os dois primeiros filmes de “As Crônicas de Nárnia”.


Durante todos os filmes do ogro Shrek, veremos ótimas sacadas relacionadas a contos de fadas e coisas da vida real, nessa primeira trama o que nos é dado é bem simples: a ilusão de jovens que acreditam que um dia serão salvas por um príncipe encantado, a Fiona do início do filme representa essas moças, o dragão e o castelo em que está aprisionada os graves anseios que elas são obrigadas a passar por conta dos pais, da escola e de não saber que roupa colocar, mas Shrek, definitivamente, não é o príncipe encantado, e é aí que a história se torna tão irônica. Shrek é o homem comum, o qual costuma aparecer para essas meninas iludidas: grosso, não sabe bem como se portar muito menos como expressar seus sentimentos, apesar disso, é um homem amável e muito bom quando lidado com cautela e atenção.


“Shrek”, acaba sendo, portanto, uma crítica muito bem feita aos filmes de princesas normais aos quais estamos acostumados. É claro que esse filme não é feito para crianças, elas provavelmente verão e rirão com as trapalhadas de Shrek, do Burro (o novo amiguinho desagradável do ogro que o acompanhará em sua aventura) e todas as outras personagens, mas jamais conseguirão ver o que está por trás de toda essa beleza de um conto de fadas atrapalhado, e é aí que o filme acerta mais uma vez: animações são feitas para adultos capazes de compreendê-las e respeitá-las, mas algum dia alguém disse que elas eram destinadas a crianças e o mundo acreditou, sendo assim, resta para roteiristas e diretores do gênero disfarçarem todas as mensagens mais complicadas e indecentes. Nesse filme tudo é disfarçado, mas se fizermos uma força conseguiremos analisá-lo como ele verdadeiramente é: um retrato de uma vida real que pode sim ser satisfatória.


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