segunda-feira, 23 de abril de 2012

328. A MORTE LHE CAI BEM, de Robert Zemechis

Tratar da morte e a vida nunca foi tão divertido e macabro.
Nota: 8,0



Título Original: Death Becomes Her
Direção: Robert Zemeckis
Elenco: Meryl Streep, Bruce Willis, Goldie Hawn, Isabella Rossellini, Ian Ogilvy, Adam Storke, Nancy Fish
Produção: Robert Zemeckis, Steve Starkey, Joan Bradshaw
Roteiro: Martin Donovan e David Koepp
Ano: 1992
Duração: 104
Gênero: Comédia

Madeline Ashton foi uma promissora atriz, ainda muito rica é casada há um bom tempo com o ex-cirurgião plástico Ernest, que agora faz a maquiagem em pessoas mortas. Sua antiga amiga, e a mulher de quem Ashton roubou Ernest, Helen Sharp, voltou depois de anos e, surpreendentemente, está linda. Desesperada Madeline recorre a uma mulher nada ortodoxa que lhe dá uma poção de rejuvenescimento, eis que ela volta a ser linda, sexy e, claro, jovem. No entanto quem bebe dessa poção deve cuidar de seu corpo mais que tudo na vida, afinal ele será seu eterno companheiro, não é preciso ser muito inteligente para saber que Madeline e Helen, que também se rendeu a magia, não tomaram todas as precauções necessárias e dezenas de coisas acontecerão enquanto elas tentam manter seus belos corpos intactos.


Até aqui Zemechis merece destaque apenas pela trilogia “De Volta para o Futuro” (1985 / 1989 / 1990) e pelo marco “Uma Cilada para Roger Rabbit (1988); mas é claro que o trio Streep-Willis-Hawn lhe abriu portas e, depois ele deslanchou em Hollywood com títulos consagradíssimos como “Forrest Gump – O Contador de histórias (1994), “Náufrago” (2000), “O Expresso Polar” (2004), “A Lenda de Beowulf” (2007) e “Os Fantasmas de Scrooge” (2009), em 95 venceu o Oscar de melhor direção pelo filme com Tom Hanks, aliás um dos mais fascinantes da década. Nesse filme ele pode não ser um exímio diretor, mas é extremamente original ao mostrar imortais realmente imortais que, ao serem decapitados ou coisas do tipo não deixariam esse mundo, e sim teriam que conviver com a idéia de perderem um membro de seu corpo. Além dele outra ótima surpresa nos agracia com uma trilha sonora estilo Bernard Herrmann, basicamente com cordas; Alan Silvestri , o compositor é o responsável pela criação de vários estilos, os mais populares, onde podemos citar esse próprio, o recentemente lançado “Capitão América: O Primeiro Vingador” (2011), o inédito “Os Vingadores (2012), “Uma Noite no Museu” (2006) e “O Pequeno Stuart Little 2” (2002), além de filmes mais cultuados, como “Náufrago”, “Forrest Gump – O Contador de Histórias” e “O Guarda Costas” (1992) além da trilogia “De Volta para o Futuro”.


Nunca gostei de Bruce Willis, mas aqui ele é ótimo: um completo imbecil disposto a tudo por uma mulher que ele considera perfeita e que o despreza mais que qualquer coisa. Goldie Hawn é uma figura extremamente simpática, sempre sorridente e envolvida em projetos interessantíssimos de caridade, nesse filme ela e Streep travam batalhas ótimas, tanto em suas personagens quanto em suas interpretações, Hawn vive aqui Helen Sharp, uma mulher confusa que não sabe muito o que quer da vida. Meryl Streep é Madeline, desde o início, em uma cena memorável onde uma das melhores atrizes de Hollywood se torna ridícula, até o fim ela é perfeita interpretando uma fracassada que também não sabe o quer da vida, ou da morte.


Com uma dose de ironia, outra de sarcasmo e uma pitada de ótimo humor negro, esse filme revela-nos o óbvio: por que o ser humano visa melhorar sua vida com a imortalidade se o maior motivo de sermos felizes é termos a certeza de que um dia partiremos com nossos amigos. Aqui temos a prova de que não é preciso ser imortal para ser feliz em Ernest Menville, da mesma forma que temos a prova da infelicidade que a imortalidade pode nos trazer com Madeline Ashton e Helen Sharp. Por fim, certamente dezenas de pessoas odiarão esse filme pelo simples fato de não verem o quão reflexivo ele pode ser ao tratar de um assunto tão pertinente de forma tão escrachada.

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