domingo, 8 de abril de 2012

338. QUEM TEM MEDO DE VIRGÍNIA WOOLF?, de Mike Nichols

Segredos podem enlouquecer qualquer um, misture a isso ambição, traição, amor, paixão, desejo, felicidade e tristeza, agora faça um roteiro, dê a um bom iniciante, contrate excelentes intérpretes e tenha um dos melhores filmes de todos os tempos.
Nota: 10,0


Título Original: Who’s Afraid of Virinia Woolf?
Direção: Mike Nochols
Elenco: Elizabeth Taylor, Richard Burton, George Segal e Sandy Dennis
Produção: Ernest Lehman
Roteiro: Ernest Lehman e Edward Albee (peça teatral)
Ano: 1966
Duração: 131 min.
Gênero: Drama

Se juntar um casal talentoso, como disse há pouco tempo, para interpretar um casal em crise é uma genialidade, o que se pode dizer de contratar um casal real fora do comum para viver um mais enlouquecido ainda? Martha e George são casados, para começar os problemas ele é funcionário na universidade do pai dela. Nick e Honey são um jovem casal que está vivendo uma boa vida, ele trabalha na universidade do pai de Martha. Certa madrugada os dois casais saem na casa do velho e vão terminar a noite na casa de Martha e George. No entanto pessoas bêbadas costumam passar um pouco dos limites, e aqui não será diferente.


É inacreditável dizer que esse filme fantástico e com estrelas consagradíssimas foi o primeiro de Mike Nichols, o primeiro de uma invejável carreira. Outros importantes nomes foram: “A Primeira Noite de um Homem” (1967), o clássico foi seu segundo filmes, e conta com Dustin Hoffman e Anne Brancoft; o próximo grande foi apenas em 1983, “Silkwood – O Retrato de uma Coragem”, o primeiro com Meryl Streep; três anos depois foi a vez de voltar com Streep ao lado de Jack Nicholson no cultuado “A Difícil Arte de Amar”; “Uma Secretária do Futuro” (1988) conta com Harrison Ford, Sigourney Weaver e Melanie Griffith no elenco; em 1990 foi a vez de Streep ser indicada pela nona vez ao Oscar com “Lembranças de Hollywood”, que ainda contava com Shirley MacLaine; a série de TV de 2003 “Angels in America” e “Closer – Perto Demais” (2004) formam seus últimos trabalhos de sucesso. Conseguir, sendo seu primeiro trabalho, se ater a apenas quatro personagens significantes em um filme é algo complicadíssimo, ainda mais quando se passa basicamente dentro de uma casa. Filmado em preto e branco, Nichols realiza coisas inimagináveis, não preciso dizer o quanto ele se lambuzou com o fato de ter Burton e Taylor em seu filme. A composição da trilha ficou por conta de um dos melhores da época, Alez North.


Elizabeth Taylor se ridicularizou em seus últimos anos de vida, mas aqui ela continuava com todo fogo necessário para viver alguém tão complexa, não imagino uma atriz que poderia fazer esse papel com tanta maestria quanto ela, vê-la bêbada em cena é hilário, cada uma de suas cenas, em especial a posterior a dos motivos para seu marido lhe apontar uma espingarda e a final, nos arrepiam por inteiros. Burton, casado com a diva na época, começa o filme como um professor aparentemente idiota e que tem tudo para ser submetido à esposa, a cena em que George incita Nick em uma brincadeira pra lá de anormal sobre o filho de George Martha é incrível. Mas é a cena final, com a revelação de um segredo nada óbvio, que Taylor e Burton se entregam a dramatização e se tornam tão insuperáveis. Como suporte para esse casal magnífico temos George Segal como o ambicioso Nick e a Sandy Dennis como a insuportável Honey. Esse quarteto incrível foi todo indicado ao Oscar, Taylor e Burton nas categorias principais e Dennies e Segal como coadjuvantes, elas ganharam, eles perderam. O filme teve um total de treze indicações, recorde na época.


O nome faz referência a música dos três porquinhos, “Whos afraid of the big bad wolf”, apesar de eles apenas falarem que tem haver com uma brincadeira feita na casa do pai de Martha é deixado em aberto qual o propósito da música, na realidade cada um tirará sua próprias conclusões acerca desse filme inimaginável feito por grandes nomes da história do cinema, mas deixo bem avisado, não pense que será fácil esquecê-lo.
“Who’s afraid of Virgínia Woolf, Virgínia Woolf, Virgínia Woolf...”


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