quarta-feira, 14 de março de 2012

362. COM A MALDADE NA ALMA, de Robert Aldrich

Davis e De Havilland jamais poderiam render um filme menos que maravilhoso.
Nota: 9,3


Título Original: Hush...Hush, Sweet Charlotte
Direção: Albert Aldrich
Elenco: Bette Davis, Olivia De Havilland, Joseph Cotten, Agnes Moorehead, Cecil Kellaway, Victor Bueno, Mary Astor, Bruce Dern
Produção: Robert Aldrich, Walter Blake
Roteiro:  Henry Farrell, Lukas Helle
Ano: 1964
Duração: 133 min.
Gênero: Suspense / Thriller
           

CONFIRA O TRAILER DO FILME:


Charlotte Hollis é uma garota rica invejada por todos, quando seu amante decide revelar ao pai dela que pretende deixar sua esposa e fugir com a filha do velho. O problema é que Charlotte é o tipo de filha querida ao extremo pelo pai e ele fica revoltado e manda o rapaz terminar o relacionamento, ele termina com a garota e momentos depois ela aprece perante os convidados da festa que acontecia na casa do pai toda suja de sangue e o amante esta morto sem uma mão e sem a cabeça em uma peça separada do restante da casa. Isso acontece nos primeiros minutos do filme, mas no ele se centra mesmo é quando decidem fazer uma ponte bem onde está a casa da velha Srta. Hollis, agora a bela menina é uma velha odiada por todos e reclusa na mansão da família, todos acreditam que foi ela quem matou o amante. Charlotte chama a prima e única parente para ajudá-la, mas o que a prima descobre na casa é lamentável: Charlotte esta enlouquecendo, vendo coisas e quebrando tudo. No entanto até onde as pessoas são confiáveis e até onde elas estão metidas no assassinato, quem causou tudo isso na vida dela? A própria Charlotte? O Sr. Hollis? A prima de Charlotte? A esposa corna? A empregada que deseja a fortuna dos Hollis? O médico que cuida de Charlotte? Os repórteres e policias que investigam o caso?
Para começar Aldrich havia dirigido Davis no filme que redeu a ela sua última indicação ao Oscar (e um dos meus preferidos, com duas das atuações mais surpreendentes da história do cinema, mas vamos deixar para outra critica), “O que teria Acontecido a Baby Jane?” (1962), somente para resumir umas das muitas histórias desse filme Davis havia colocado um anuncio no jornal dizendo que precisava de um diretor para fazer um filme, parece que ela gostou de sua escolha. Andes de trabalhar com Davis suas carreira se resumia a dez anos com bons filmes, no entanto trabalhar com Bette Davis nunca foi algo que passasse despercebido, depois disso sua carreira deu uma “decoladinha” nada muito alta e foi indicado a alguns prêmios e festivais. Nesse seu segundo trabalho com a atriz ele conta com uma produção um pouco melhor que em 1962 e o filme possuí uma boa técnica. O indicado ao Oscar de melhor trilha sonora Frank De Vol, aliás indicado também na categoria de canção original, faz um trabalho digno de mestre, o filme mescla um pouco o drama com o chamado thriller e a trilha criada para esse tipo de trama merece muita atenção, e De Vol se emprenha nessa criação linda.
É impossível falar de um filme com duas damas da alta corte cinematográfica sem dedicar um parágrafo somente para elas, até por que reza a lenda que elas foram grande amigas. Olivia De Havilland atuou fantasticamente do indiscutível maior clássico da história, “... E O Vento Levou” (1939), pelo qual recebeu a primeira indicação ao Oscar, com apenas esse título em seu currículo ela já poderia se orgulhar de toda sua carreira, mas vieram mais: em 1938 dividiu a tela com Erron Flynn em um dos mais cultuados filmes sobre o príncipe dos ladrões, “As Aventuras de Hobin Wood”; “Meu Reino Por um Amor” (1939) contava a história de amor entre a rainha Elizabeth I e o Lorde Essex, a rainha era vivida por Davis; 1946 foi o ano de “To Each his Own” e seu primeiro Oscar de melhor atriz”; dois anos depois veio “A Cova da Serpente” e a quarta indicação da academia; mais um ano se passou e foi a vez de “Tarde Demais lhe render seu segundo e último Oscar por uma atuação principal, mas isso não é uma análise sobre a vida de Olivia, e sim sobre sua atuação, ela é fantástica, intrigante, esperta, vaidosa,agradável e totalmente suspeita. Bette Davis não precisa de apresentações (pretendo falar mais sobre ela quando publicar a trilha de “O que Terá acontecido a Baby Jane” que, como já disse, é sua melhor atuação, aqui ela tem algumas cenas de loucuras parecidas, mas não pode ser comparada a sua criação de Baby Jane, por fim, não tem como não dizer que ela não maravilhosa, nos faz ter penas e ódio, nos faz rir e chorar, é linda e horrível, é boa e má e é tudo isso com a perfeição que somente Davis possuí, é claro deixando sempre a dúvida de o quanto ela é culpada pela vida que leva.
Mas nas atuações a única indicada é a de Agnes Moorehead, que interpreta a empregada (longe de ser uma santa como tenta pregar) de Charlotte, a patroa prometeu lhe deixar todo o dinheiro quando morresse, portanto ela é a suspeita número um nos casos da morte e da loucura da patroa. É inacreditável que Havilland e Davis não tenham sido indicadas ao prêmio máximo do cinema, o filme é delas e as duas o conduzem de forma tão brilhante que chega a ser inacreditável. E é isso tudo que faz desse filme uma ótima pedida para um dia muito feliz: ele é muito bem feito, com atuações impecáveis, um roteiro de tirar o fôlego e que lhe trará um deprimente desfecho, e talvez seja toda essa “deprimência” que o tenha tirado do jogo nas premiações da época em categorias como filme e atuações femininas principais, mas é, sem sombra de dúvida, isso que o torna algo tão fantástico.

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