quarta-feira, 21 de março de 2012

356. A RAINHA, de Stephen Frears

Drama sobre as diversas reações inglesas pela morte de Diana centraliza na Rainha Elizabeth II e acerta ao misturar cenas fictícias e reais.
Nota: 9,1



Título Original: The Queen
Direção: Stephen Frears
Elenco: Helen Mirren, Michael Sheen, James Cromwell, Sylvia Syms, Paul Barret, Helen McCrory
Produção: Andy Harries, Christiane Langan e Tracey Seaward
Roteiro: Peter Morgan
Ano: 2006
Duração: 103 min.
Gênero: Drama

CONFIRA O TRAILER DO FILME:


Elizabeth II é uma figura adorada e odiada, mas qualquer um que tiver a mínima consciência será unânime em dizer o quanto ela é importante para a história mundial e como ela merece ser admirada por seus feitos, é bom lembrar que não era para o pai de Elizabeth ser o rei da Inglaterra (ele ficou no lugar do irmão que abdicou do trono, essa história pode ser vista no filme “O Discurso do Rei” [2010]), portanto não era para ela ser a rainha. Um dos maiores eventos que assolou o país monarca nos últimos 30 anos foi a morte da não mais princesa Diane, e é em torno desse acontecimento e suas conseqüências que o filme explora, que coincidiu com a eleição de Tony Blair para primeiro ministro. Durante os dias que se sucederam ao acidente que matou a ex-esposa do príncipe, a rainha tentou manter-se o mais intacta possível, mas era difícil não ligar para seus índices de reprovação tão altos pelo simples fato de ela resolver que a Inglaterra não tinha nada a ver com a mãe do futuro rei do país.


Basta dizer que Frears foi o realizador do inexplicável “Ligações Perigosas” (1988), e quando digo que é inexplicável não estou querendo dizer que é ruim, muito, mas muito pelo contrário, é maravilhoso. Com Glenn Close, John Malkovich, Michelle Pfeiffer, Keanu Reeves, Uma Thurman dentre tantos outros é uma referência e um marco quando se trata de filmes sedutores. Em “A Rainha”, o qual lhe rendeu uma indicação ao Oscar, a adaptação é excelente, ele mescla cenas reais (aquelas que foram arquivadas pro grandes produtoras de televisão durante os dias em que o país odiou a monarca) e cenas fictícias que tentam reproduzir da melhor forma possível os acontecimentos e reações a cerca da rainha, e se a verdadeira Elizabeth não teve as mesmas reações que as vistas no filme, a atriz e tudo à sua volta convence bastante. Novamente temos a belíssima trilha sonora de Alexander Desplat, e outra merecidíssima indicação ao Oscar por parte do compositor.


Michael Sheen é Tony Blair, confesso que nunca vi muito Blair na mídia, mas as confusões vividas pela personagem se tornam compreensíveis quando demonstradas pelo ator e, através dele, temos certeza de que seria impossível não se apaixonar pela rainha, falando nisso é na revolta por essa paixão e o esquecimento de seus próprios ideais que a atuação de Helen McCrory é excelente, ela é a esposa de Blair de forma tão revoltada sem perder o controle que nos cativa. Apesar de um elenco ótimo esse filme é de Helen Mirren, bem como “A Dama de Ferro” é de Meryl Streep (inclusive parece que líderes inglesas são bem aceitas no Oscar, Mirren também levou o prêmio por sua estupenda atuação), no entanto o filme sobre a rainha da Inglaterra tem bem mais originalidade e qualidade que o filme sobre a premiê britânica (apesar de na biografia de Thatcher Streep ter mais espaço para si e liderar o filme com mais segurança). Mirren é rígida e mostra a cada instante o quão forte a mulher pode ser mesmo quando é pressionada pelo marido (pouco, mas é), pelo filho, pelos políticos e pela população de um país todo que parece amar mais a mulher que sempre se deu mal com ela e que saiu do casamento só guardando rancor da família. A cena em que ela se oferece para colocar as flores de uma garotinha junto com as outras milhares que ficaram em frente ao Palácio de Buchingham é extremamente tocante e cheia de sentimentos.


Indicado ao Oscar de melhor filme em 2006 é um filme completo, cheio de cenas maravilhosas que mostram a forma como a morte da ex-princesa e os desejos do povo inglês atingiram em cheio a família real, em uma delas a Rainha Mãe (como ficou conhecida a mãe de Elizabeth II) fica indignada quando pedem que seu programa de funeral (o qual ela mesma preparou) seja utilizado para o enterro de Diane. Pode não existir uma grande importância histórica para a morte de Lady Di, mas é inquestionável que foi um dos acontecimentos que o povo mais acompanhou e chorou no século XX, não por ela ser uma ex-princesa, mas por ela ser uma grande mulher. Esse filme deixa claro o amor do povo por ela e o ódio do povo por sua própria rainha por ela ignorar o fato de a Princesa do Povo estar morta, e aborda esses fatos com tanta veracidade que parece mais um documentário.

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