domingo, 25 de março de 2012

352. 127 HORAS, de Danny Boyle

Adaptação da vida real de um coitado que perde o braço é realista e muito bem feita.
Nota: 9,0

(Em espanhol é nova não é, desculpem, mas é a melhor resolução)
Título Original: 127 Hours
Direção: Danny Boyle
Elenco: James Franco, Lizzy Caplan, Kate Mara, Amber Tamblyn, Clémence Poésy, Kate Burton, Darin Southam, Elizabeth Hales, Patrick Gibb
Produção: Christian Colson, Danny Boyle e John Smithson
Roteiro: Danny Boyle Simon Beaufoy
Ano: 2010
Duração: 94 min.
Gênero: Drama / Biografia

CONFIRA O TRAILER DO FILME:

            Aron Ralston é um alpinista independente e que não liga muito para vida fora suas montanhas durante os feriados e fins de semana. Em uma de suas aventuras nas montanhas de Utah, nos Estados Unidos, durante a escalada ele se apóia em uma pedra julgando-a segura, e em uma fração de segundo Aron vê-se preso em uma fenda nas rochas com seu braço preso pela pedra que caiu. 127 horas foi o tempo que ele ficou entre a vida e a morte sem saber o que fazer para sobreviver. Ele decide, quando sente que tudo está realmente perdido, fazer um vídeo se despedindo das pessoas mais importantes da sua vida, e torcer para que alguém encontrasse sua câmera em bom estado para levar seu recado a sua família.


         Boyle foi o diretor de um dos filmes modernos mais agradáveis, “Quem Quer ser um Milionário” (2009), a história de um rapaz pobre que se torna milionário em um programa de televisão. Em “127 Horas”, ao contrário dos diversos cenários e opções que tinha em 2009, ele possuí basicamente uma personagem (Aron) e um cenário (a fenda), portanto seu trabalho é fácil de ser resumido: não deixar que os 94 minutos de filme tornem-se chatos. Apesar de essa tarefa também ser de Franco, que interpreta Aron, Boyle fica com a maior parte dela. Na verdade tudo aqui é muito limitado: seus ângulos são poucos, sua fotografia só pode ser aproveitada antes do acidente, não há como pedir a outro ator da cena para ele ser mais ou menos isso ou aquilo, simplesmente por que aqui são Boyle, Franco e Rahman (responsável pela ótima trilha sonora contemporânea, também trabalhou com Boyle em 2009). Apesar de aqui A. R. Rahman não ser tão feliz quanto em 2009, as músicas são boas. Para que essa monotonia óbvia não atinja o filme Boyle e Beaufoy optaram por mostrar supostas alucinações do rapaz: ele se lembra de fatos de sua infância e adolescência e pensa no que poderia esta fazendo se não estivesse naquela situação.


Aqui não existem bons coadjuvantes (não é como dizer em “A Rainha”, “A Dama de Ferro” e “O Discurso do Rei” que o filme é do protagonista, afinal nesses três ele possuem um ótimo suporte) o filme pertence a James Franco, e ele deve fazer o que bem entende com esse fato. E não é que não é só como James Dean (muitos dizem que eles são idênticos, eu não acho) que Franco se deu bem, ele é um excelente ator, o que lhe faltam são bons papeis como este. Para ser Aron ele estudou sua personagem assistindo aos vídeos feitos pelo próprio Ralston e conversou com ele durante semanas a respeito das horas que passou lá. Não preciso dizer que a personagem sobrevive ao fim da história, mas não sem sequelas: além do choque mental que ele sofreu Ralston teve que arrancar o próprio braço com um canivete sem fio. E é nessa cena que o filme realmente choca qualquer um, a cena é quase que real, sentimos uma dor tão grande que parece que o próprio Franco está se mutilando. Além dessa outras cenas deprimentes são interpretadas muito bem pelo ator, como quando, para se distrair, ele se masturba e quando acaba a água e ele está louco de sede, urina em seu cantil e tentar beber, além de uma cena maravilhosa em que ele sonha que está chovendo.
         Boyle e Rahman continuam provando o quanto sabem trabalhar juntos, Franco ganhou um papel digno de sua indicação ao Oscar (aliás, as indicações não pararam por aí: Boyle e Rahman foram indicados respectivamente por direção e roteiro e melhor canção original [“Dido”] e trilha sonora, edição e melhor filme do ano, não ganhou nenhum), a história de Ralston foi adaptada com sucesso e o filme entrou para a lista dos filmes mais intragáveis dos últimos anos (não que ele seja ruim, mas porque a cena do braço realmente chocou muitas pessoas, eu a achei bastante real, mas seguramente suportável). O filme é, por fim, uma grande e ótima realização.



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