sábado, 18 de fevereiro de 2012

387. OS DESCENDENTES, de Alexander Payne

Drama familiar que inicia com as frustrações do pai e se torna uma agradável reflexão de vida.
Nota: 9,2



Título Original: The Descendents

Diretor: Alexander Payne
Elenco: George Clooney, Judy Greer, Shailene Woodley, Matthew Lillard, Beau Bridges, Robert Forster, Rob Huebel, Michael Ontkean, Mary Birdsong, Sonya Balmores, Amara Miller
Produção: Jim Burke, Alexander Payne, Jim Taylor
Roteiro: Alexander Payne, Nat Faxon, Jim Rash, baseados na obra de Kaui Hart Hemmings
Fotografia: Phedon Papamichael
Duração: 117 min.
Ano: 2011
Gênero: Comédia / Drama

CONFIRA O TRAILER DO FILME:


Gosto dos trabalhos de George Clooney? Gosto, mas apenas isso. Não acho que esse seja realmente o melhor papel de sua carreira. Talvez pelo fato de a personagem ser um completo imbecil, mas acho que falta alguma coisa na atuação de Clooney. Achei o filme excelente, mas também não poderia dizer que é a melhor coisa do ano. A direção é maravilhosa, Payne sim, dá tudo de si e consegue tornar uma história chata, cansativa e melancólica em algo soberbo. O roteiro não perde em nada.
Bem, na trama Matt King se vê em uma situação desastrosa quando a esposa se acidenta e entra em coma. Agora é ele quem terá de tomar contas das duas filhas (uma criança, a outra adolescente) com as quais não possuí contato algum, apesar de morarem na mesma casa. Para piorar toda a situação a filha mais velha conta ao pai que a mãe tinha um caso com outro homem. Como odiar alguém que esta prestes a morrer? Como convencer as filhas que apesar de tudo elas devem amar a mãe incondicionalmente? E o que fazer com sua vida e a relação com as filhas agora?
Clooney dá conta do recado (como sempre fez), consegue demonstrar ao máximo como um homem em sua situação precisa lidar com a vida, sua personagem faz o que todos as personagens do ano indicados ao Oscar, exceto Gary Oldman em O Espião que Sabia Demais, questiona a vida, questiona o porque de estarmos no mundo e a necessidade de se chegar a uma fase da vida em que precisamos reavaliar tudo o que vivemos até aqui. Dentre todos os filmes que expõe a reflexão da personagem principal (como “O Artista”, “O Homem que Mudou o Jogo” e “Meia Noite em Paris”) esse é o que mais demonstra apenas isso, Os Descendentes faz apenas isso, não possui mais nenhum propósito, apenas incentivar a reflexão clássica: “de onde viemos, por que viemos e para onde vamos”. Ele tem ao seu lado o auxílio de grandes interpretes, como Shailene Woodley, que faz sua filha mais velha maravilhosamente bem.
Payne não dirige apenas, ele também roteiriza, e acumula os serviços com sucesso estrondoso. É difícil definir um trabalho tão impecável quanto esse, e é por isso que esse ano os indicados ao Oscar de direção são tão ótimos, eles simplesmente tornam cada um dos cinco filmes impecáveis. A trama é embalada por músicas bem no estilo do Hawaí, onde ocorre a história, e, é claro, que a fotografia do filme é fantástica em um local tão belo.
Os Descendentes trata, como já disse, sobretudo acerca das confusões a que um homem de meia idade esta sujeito quando chega a hora de se questionar sobre a vida. Payne não está para brincadeira, apesar de sempre levar um tom humorístico a vida, afinal de contas é exatamente assim que ela é: ora triste ora feliz ora sarcástica, como a própria vida deve ser.

O filme é indicado em cinco categorias no Oscar:
Melhor Filme: Jim Burke, Alexander Payne e Jim Taylor;
Melhor Direção: Alexander Payne;
Melhor Ator Principal: George Clooney;
Melhor Roteiro Adaptado: Alexander Payne, Nat Foxon e Jim Rash;
Melhor Edição: Kevin Tent.
Eu não acredito que o filme saia da cerimônia com algum prêmio, mas ele possui chances por seu roteiro, direção e atuação serem maravilhosos.


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